Escrever sobre a história da Pastoral da Juventude é recordar de tantos jovens que de uma maneira ou de outra ajudaram a escrever esta história. Algumas vezes marcada pelas dificuldades, outras vezes desenhadas com canetas coloridas da alegria, do dinamismo, do jeito jovem de fazer pastoral.
A história da PJ se confunde com a história da igreja e da sociedade, durante um bom período o jovem não foi ouvido, não foi respeitado. Na década de trinta com o surgimento da ação católica passos importantes para o crescimento do protagonismo juvenil foram dados. A ação católica geral fortaleceu-se quando começou a pensar em uma organização por meios ou ambientes de ação, dando inicio a ação católica especializada Juventude Operária Católica (JOC), Juventude Estudantil Católica (JEC), Juventude Universitária Católica (JUC), Juventude Agrária Católica (JAC) e Juventude Independente Católica (JIC). Com o regime militar muitos destes grupos acabaram sendo instintos, ou passando para uma linha mais política.
Durante o regime militar era proibido reunir-se em grupos, havia repressão, violência, tortura e silenciamento de todos, nos grupos da juventude não foi diferente, foi um período de medo e de calar-se, mas, não parar. Na igreja como um todo, começa a surgir as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), formando os pilares da Teologia da Libertação. A juventude impedida de se encontrar em meios específicos, forma grupos de encontros nas igrejas, surgindo movimentos como o Emaús, o CLJ, entre outros. Estes grupos eram coordenados por adultos, alguns destes adultos percebendo que era necessário um algo a mais, resolveram se encontrar em diversos momentos para refletir sobre isto.
Aqui no Rio Grande do Sul, na década de 70 inicia-se os congressos estaduais de jovens, foi um período de buscas e reflexões. Neste contexto no ano de 1980, fundou-se o Instituto de Pastoral de Juventude (IPJ) e o Curso de Assessores de Jovens (CAJO). Em 81, sente-se a necessidade de organizar-se uma Comissão Regional de Jovens (CRJ), nesta década surgem os jovens liberados em diversas dioceses. E as Pastorais da Juventude se organizam por meios específicos, PJE (Pastoral da Juventude Estudantil), PJR (Pastoral da Juventude Rural), PJMP (Pastoral da Juventude do Meio Popular) e a PU (Pastoral Universitária).
O ano de 1985 foi muito marcante, sendo declarado como ano internacional da juventude, realizou-se em Passo Fundo um grande encontrão de jovens, reunindo aproximadamente 45.000 jovens. Em 1992, a Campanha da Fraternidade trouxe como tema: Juventude, caminho aberto. De 1994 até 2006, de quatro em quatro anos aconteceram os encontros estaduais de Jovens, comemorando o Dia Nacional da Juventude. Estes encontros que aconteceram em Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Canoas, reuniram uma multidão de jovens de todo o estado do Rio Grande do Sul, com temas sobre a realidade social da juventude eram espaços de reunir-se e refletir sobre os problemas enfrentados pelos jovens. Quem participou de algum destes encontros guarda com carinho na memória cada experiência vivida.
Em nossa diocese não foi diferente, é importante recordar dos encontros diocesanos comemorando o DNJ, vários jovens reunidos, celebrando, cantando e vivendo o jeito jovem de ser igreja. Outro ponto significativo da história são os encontros de formação, destacando as Escolas da Juventude, os Cursos, atualmente as Missões Jovens e todo o seu processo de pré e pós-missão.
A Pastoral da Juventude durante toda esta caminhada percorreu um caminho de muitas pedras, mas também de muitas flores, quantos jovens que nestes eventos ou na organização de seus grupos fizeram e continuam fazendo esta história acontecer. Somos Pastoral da Juventude, acreditamos que outro mundo é possível, e em conjunto com aqueles que também acreditam podemos construí-lo a cada dia.
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