01/08/2014

28ª Escola da Juventude

Quem dizes vós que eu sou?


No domingo passado, os jovens da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Passo Fundo finalizaram mais uma Escola da Juventude. O encontro que durou 5 dias debateu temas diversos pertinentes à Pastoral da Juventude e à vida dos jovens. Podemos ouvir jovens proclamando palavras doces, vindouras de profunda intimidade e consciência. Ver jovens sentindo sabores, cheiros, sons e toques que ao serem percebidos, traduziam a sagrada história de cada um/a, baseada em um projeto libertador, muito mais vivo, interessante e desafiador que o apresentado midiaticamente. Vi jovens dando-se conta de que a história é construída por muitas mãos, na vivência de uma identidade rica de sonhos, autoafirmada na autonomia e protagonizada por todos/as eles/as. Ouvimos jovens cantantes e alegres, cirandeando à Mística da vida, cultivando a horizontal e circular espiritualidade. Vi a Civilização do Amor na minha frente, tão pequena, mas vibrante. Em suas ruas pessoas felizes, por comer um pedaço de bolo que não saiu como esperado; felizes por rolar na grama, sem medo de brincar com a criança de ontem, habitando a intimidade; felizes por se aventurar rolando morros e até caindo de cara; felizes por serem balançadas como sininhos humanos; felizes por perderem a memória, perguntarem umas 25 vezes "o que é isso?" e todas as 25 vezes dizendo "isso é um abraço". Ouvi sussurros de jovens dizendo amar um Homem, que de tão conhecedor da tua humanidade, só pode ser Deus, que amou inexplicavelmente a todos/as, compadeceu-se de tantas dores, indignou-se com tantas opressões que ofuscavam a vida, que defendeu sua causa até as últimas consequências, mas venceu a Morte, e agora estes/as jovens querem segui-Lo assumindo o seu legado como Missão. Vi e ouvi jovens expressando e respondendo, com tanta irreverência e liberdade à pergunta "Que dizem que Eu sou?", que ao manifestar isso em carinho, burlaram as indicações, extrapolaram o tempo, mas marearam os olhos diante de tanto amor e cuidado. Enfim, o que vi e ouvi nestes cinco dias? A Igreja Jovem, a Pastoral da Juventude; Vi a esperança viva e semeando Vida, Construindo um mundo de Amor!
Percebemos que somos história vivida, partilhada e experimentada. Somos história construída a partir de realidades que dão sentido ao bodoque, defendendo a vida onde ela é ameaçada por desejar ser plena. Percebemos que somos parte de um projeto libertador, que é caminho, desafio, vida, que é comunidade, compromisso e ainda, que é memória, sentido e modelo. Projeto que é diverso, crítico, que anseia e semeia amor. Percebemos que somos mística movimentada, que somos espiritualidade cultivada. Que somos complexos, transformação e re-significação. Que somos sonhos, que somos imagem no olho, que somos garrafa de sonhos e que nos encontramos nos outros. Percebemos que somos eu além daquele que fui e além daquilo que quero ser. Corajoso o suficiente para dizer "tenho medo". Que sou gostos, sabores, toques e cheiros e que mesmo cheio de imperfeições verás que sou vários "eus". Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei. Percebemos ainda que não podemos ficar parados, olhando a gritante realidade. Que aquilo que vimos e ouvimos precisamos proclamar. Percebemos enfim, que somos missão, anúncio da boa-nova. Que somos do lado de cá e do lado de lá, com muitos amigos e alguém para amar.

Por Eduardo Nischespois Scorsatto e Raphael Alves.

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