Ei juventude! Que planeta deixaremos para as futuras gerações?
Muitos já se debruçaram,
principalmente na contemporaneidade, sobre essa questão. Recentemente,
Francisco, Bispo de Roma em sua carta Encíclica Laudato Sí, sobre o cuidado da casa comum, fez um grande apelo à
população mundial para que não abandone a atualidade e a pertinência, da
relação entre nossa ação no planeta e a garantia dos recursos naturais para a
sobrevivência das futuras gerações. Francisco, aborda a questão ecológica de
forma integral, nas suas diversas facetas, apontando para um olhar complexo da
crise ecológica, dialogando com a sociedade mundial, com a ciência, com os
vários campos do saber.
As juventudes do hoje precisam
adentrar e lutar por um paradigma ecológico. Isso não ocorre de uma hora para
outra. É um processo de desconstrução de paradigmas e construção de outros.
Fritjof Capra, físico e teórico contemporâneo, um dos expoentes do pensamento
holista e complexo, afirma com muita clareza que nas próximas décadas, a
sobrevivência da humanidade dependerá da “alfabetização ecológica”. Uma
comunidade sustentável é a que consegue satisfazer às próprias necessidades sem
reduzir as oportunidades das gerações futuras. Não nos assustamos quando nos
dizem que se todos os países adotassem o modo consumista norte-americano,
precisaríamos três planetas Terra para garantir os recursos para sustentar a
vida humana no planeta?
O filósofo norueguês Arne Naess,
fundou no início de 1970, uma escola de pensamento chamada “ecologia profunda”.
A partir da ótica filosófica, Naess distinguiu ecologia “rasa” de “profunda”. A
primeira é antropocêntrica, que considera o ser humano fora da natureza e acima
dela, atribuindo-lhe apenas valor instrumental e utilitário. A crise desse
paradigma é evidente, pois, a capacidade da biosfera de manter a vida corre
perigo pela inadequada exploração dos recursos naturais. A segunda, não
compreende o homem separado do ambiente, mas o situa dentro de uma rede
interligada de interdependência. O ser humano está inserido nos processos
cíclicos da natureza. A arrogância do homem moderno, de se colocar como o
senhor de tudo precisa ser rompida.
A alfabetização ecológica
proposta por Capra, o caminho proposto por Francisco, a importante contribuição
filosófica de Naees e de muitos outros e outras precisam estar em nossos
currículos, em nossos diálogos, em nossos espaços educativos formais e
informais. Que tal educar num paradigma ecológico? Ele transcende todas as
diferenças de raça, cultura ou classe social. A Terra é nossa casa comum, e
criar um mundo sustentável para nós e para as gerações futuras é urgente. Vamos
ser jovens que fazem a diferença, ou vamos continuar o lado arrogante do
antropocentrismo moderno?
0 comentários:
Postar um comentário